Por que as pessoas mentem?


De acordo com o dicionário Howaiss (sic), mentira significa “dizer, afirmar ser verdadeiro (aquilo que se sabe falso); dar informação falsa (a alguém) a fim de induzir ao erro, não corresponder a (aquilo que se espera); falhar, faltar, errar, causar ilusão a; dissimular a verdade; enganar, iludir, não revelar; esconder, ocultar. Tais definições, no entanto, pouco dizem sobre os porquês da mentira. Por isso, vamos apresentar uma definição relacional (que leve em consideração o seu contexto), a partir do conceito de comportamento verbal. Beckert (2004) propõe que mentiras, promessas não cumpridas e omissões podem ser compreendidas quando se investiga a relação entre o comportamento verbal – o que se diz – e o comportamento não-verbal – o que se faz.

11 perguntas que a ciência (ainda) não consegue responder


Li esta matéria numa revista ISTOÉ e achei bastante interessante as questões apontadas. Vale a pena conferir. Abaixo segue a introdução à matéria.


“Quem pensa pouco erra muito.” A frase é de Leonardo Da Vinci, um dos maiores gênios que o mundo já conheceu nos mais diversos campos do conhecimento. E retrata à perfeição o combustível que move esta reportagem. A ciência já alcançou feitos revolucionários ao longo da história. Há 100 anos, a ideia de navegarmos pelo espaço e chegarmos à Lua não passava de ficção – como é hoje a proposta de termos, quem sabe em um futuro próximo, gente vivendo na superfície do satélite terrestre.

Mais um exemplo: a nanotecnologia enche milhões de enfermos de esperança ao criar robôs menores que a ponta de um fio de cabelo, capazes de realizar viagens pelo interior do corpo humano em busca de todo tipo de cura. Mas, apesar de toda essa evolução tecnológica, ainda há questões – e não são poucas – para as quais os cientistas permanecem sem respostas. A seguir, você conhecerá 11 delas. Para analisar esses mistérios, ISTOÉ conversou com especialistas de várias áreas, levantou hipóteses, derrubou mitos e abriu espaço para opiniões diversas.

O debate está aberto e envolve desde aspectos quase metafísicos – um deles: a alma existe? – até temas totalmente cotidianos, como a capacidade de raciocínio dos animais. Se o leitor não sabe o que fazer diante de tantas interrogações, não se sinta só. Lembre-se de que nada nos impede, com a preciosa ajuda da ciência, de tentar encontrar as respostas. Nada nos impede, como dizia Da Vinci, de pensar a respeito. E pensar muito.

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O que é mesmo uma crônica?

Geralmente chamam de crônica ao conto a que falta o final. Irrita-me esse visual de cão sem rabo, girando, doido, atrás de nada. Assim posto, dá a ideia de gênero literário amputado por incapacidade ou crueldade mental do autor. A crônica na verdade não precisa ter fim, momento em que o escritor amarra o sentido de tudo, ou fixa-o como se usasse parafusos e buchas - a parte mais material e envernizada da criação. Não precisa.

O fecho, encerramento ou epílogo, é um departamento complicado, onde antigamente havia uma gaveta para a moral da história e para outros compromissos do escritor com a religião, a ética e a tradição. Muitos supõem, também erradamente, que a crônica, ramo econômico das letras, sem espaço para alinhavar e aprofundar conclusões, nem tamanho para conter finais apoteóticos, não passa de malabarismo ligeiro, show de bolso, sem grandiosidade. Uma quase-literatura de consumo dietético. Mas a crônica é mais, muito mais que isso, mesmo as que não têm fim nem começo.

Disse começo? Então está dito. Não sou homem de desmentidos após a invenção do teipe e do tira-teima esportivo. O começo numa crônica pode ser tão desnecessário como o final, pois, igual à esfera e ao infinito, ela realmente não possui. A primeira linha, anotem, nem os outros gêneros literários é rigorosamente o princípio. É até lugar-comum reprovável começar pelo começo. Na crônica nem precisa haver esse cuidado excessivamente pueril, pobre de imaginação e esquemático. Ordena tudinho, colocando fatos e ideias obedientemente em fila, é deficiência de principiante. Quem é que sabe o exato momento em que as coisas começam? Entre gêneros literários, a crônica é o único que, humildemente, parte desse pressuposto: vida e ficção não têm nenhum marco, espécie de ponto de ônibus, onde se vai daqui até lá. Nada começa, pois já está em curso. Nosso ônibus pode chegar, claro, mas não parte nunca, já partiu, já passou.

Então ela não tem pé nem cabeça.

Pode ser, mas aceite a inquirição como elogio. E declare:
- O que escrevo não tem pé nem cabeça.
- E custa atingir essa perfeição?
- Isso já é segredo profissional.

A boa crônica, a meu ver e não sei de quem mais, o meio ou miolo, é sumo, não casca. Tendo as pontas soltas bóia deliciosamente, caia onde cair. É um sanduíche sem as fatias de pão. Não tendo assinado contrato com a posteridade, é feita para servir já, quente ou gelada, em pó ou granulada. Ao contrário do artigo de jornal, ela não prova, confere. Diferente do conto, nunca é terceira pessoa, o outro que fala, mas estritamente a primeira, o eu assumido, todo impressões digitais. Oposta à notícia, às vezes sua inspiradora, prima por não merecer crédito: a luz forte da imaginação jornalística espanta a fera insaciável da criação.

Se faltar uma definição para a crônica, tente definir o cronista. Nunca é um lutador, idealista, portador de bandeiras, alguém capaz de morrer para que desfrutemos de um mundo melhor. Se tentarem segui-lo, impondo-lhe liderança, entra num bar, disfarça-se, esconde-se. A verdade é que ele prefere sua sombra, seu lado oculto suas contradições ou qualquer coisa que se pareça com isso.

Se fui claro demais, perdoem-me.

Marcos Rey
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